A História da Moda - Século IV até X




Por Eduarda Rocha 

  • Século IV e V:

O séc. IV a.C., juntamente com o séc. V a.C., corresponde ao período de apogeu da cultura grega e das suas realizações. A mistura das civilizações Grega e Romana fizeram com que acendesse a cultura tanto na filosofia, com Aristóteles, como na Arquitetura da época. Sua sociedade civil é ate hoje estudada e de importante valor para a história. Então por que não ter também essa atenção na moda?

Basicamente, o vestuário dos gregos eram simples mas diferentes das civilizações passadas. Ele era composto de roupas de linho no verão e lã no inverno. Eram confeccionadas geralmente pelas esposas, filhas ou escravas, quase sempre mantendo a cor original dos fios mas algumas passavam por um processo de colorização com tinturas. Ornamentos que representavam a cidade-estado de origem dessas pessoas eram colocados ou pintados diretamente nas roupas. Brincos, anéis, correntes, gargantilhas ou qualquer outra joia estava restrita as famílias mais ricas.

Homens e mulheres usavam perfumes feitos a base de flores e ervas. A vaidade e a beleza faziam parte do cotidiano de ambos os sexos. Diferentes penteados, com destaque para os cabelos encaracolados e arranjos feitos com ceras e loções. Mulheres mantinham os cabelos longos adornados com presilhas de metal ou fitas coloridas. Os homens mantinham cortes curtos e cultivavam a barbas e o bigodes se não fossem do exército.

A vestimenta principal era o "chiton", um retângulo de tecido que se assemelha a uma túnica colocada no corpo, presa nos ombros e debaixo dos braços. Sobre os ombros era presa com broches ou agulhas de nome"fíbula" e na cintura por um cordão ou cinto. Nos adultos eram longas até os tornozelos, já nos jovens até os joelhos. A vestimenta feminina era ligeiramente diferente, com cordões e correntes na altura da cintura como decoração . Usavam também uma roupa complementar, o "peplus" ( vestido jônico) e como proteção contra o frio o "himation" cobrindo o corpo todo. Os filósofos gregos usavam-no como traje básico.

A seda foi o principal tecido usado em Bizâncio, desenvolvendo-se inclusive a sua produção na extensão do próprio império, não precisando com isso importá-la da Índia e da China e, essa fabricação, era monopólio do governo. Normalmente, esse tecido só podia ser usado pelos altos funcionários da corte, e os tecidos mais opulentos e suntuosos eram de uso da família imperial. Como se não bastasse todo esse esplendor, as roupas ainda eram bordadas com fios de ouro, pérolas e pedras preciosas, refletindo todo um luxo e fazendo eco aos mosaicos das construções locais, que é a arte maior entre os bizantinos. Contudo, a lã, o algodão e o linho também faziam parte da indumentária de Bizâncio






Já os romanos, usavam a túnica e por cima a toga, que era extremamente volumosa e denunciadora do status social. O tamanho e a cor diferenciavam a condição de prestígio ou a função do usuário. Pessoas mais simples como os trabalhadores, plebeus, escravos e até mesmo os soldados do exército, muitas vezes só usavam a túnica.

Debaixo das togas os homens usavam uma túnica de linho. Outra túnica usada e muito interessante era a brilhante, na qual eles passavam sobre o tecido um giz branco que a deixava com esse efeito. Era usada pelos candidatos a cargos públicos para chamar a atenção nos discursos. Havia ainda a toga praetexta, que possuía uma tira na cor púrpura em sua borda e era usada por alguns magistrados, pelo imperados em ocasiões especiais e pelos pré-adolescentes. A indumentária era tão normalizada que infringir suas regras era crime

As mulheres usavam a túnica longa e algumas vezes usava com estola (outro tipo de túnica onde a diferenciação está nas mangas). A peça usada pelas mulheres correspondente a toga era a palla, uma espécie de manto com o formato retangular. Os novos corantes e tecidos permitiam que as mulheres ricas de Romausassem estolas de algodão azul da Índia ou talvez de seda amarela da China. Os romanos não tinham por hábito cobrir as cabeças, a não ser por ocasião de viagem, podendo assim colocar o petasus, um chapéu de abas largas ou usar o cucullus, tipo um capuz. Entre as mulheres existia o hábito de cobrir-se com a palla quando se deixava a casa. As viúvas usavam o ricinium, uma espécie de xale.

Os materiais das joalharias mais utilizados eram: ouro, prata, predas preciosas e semi-preciosas, cobre, bronze e ferro. As mais apreciadas, no entanto eram as pérolas. Os símbolos mais usados eram: o cupido, aves e mitológicos.
As influências recebidas em suas roupas eram diversas numa mistura evidente de referências romanas, persas e árabes e, graças a todo esse gosto requintado e luxuoso, ostensivo em cores e elementos pingentes, Bizâncio também influenciou a indumentária da Europa Ocidental.




  • Século VI até X

O século VI marca principalmente o fim do império romano em decorrência do ataques bárbaros, e o inicio da idade média, com a consolidação do feudalismo na Europa Ocidental e dois fortes impérios no Oriente: o Bizantino e o Árabe. Fugindo dos ataques bárbaros, os povos do Império Romano que viviam nas cidades passaram a se dirigir para o campo, como forma de se protegerem dos ataques. Com os ataques e a permanência dos bárbaros nos territórios conquistados, aos poucos foi surgindo uma nova formação social, resultando da mistura das instituições romanas e germânicas.

Nessa época houve a Cristianização dos povos europeus e a religião tinha uma relação estreita com o povo e a nobreza. E é justamente na indumentária religiosa, que conserva até hoje características medievais, que podemos ter idéia de como se vestiam estes povos. Os trajes dos Imperadores eram semelhantes aos trajes eclesiásticos. As roupas das pessoas da corte e do palácio eram definidas de acordo com o posto e função, eram roupas “hierárquicas”

A primeira Cruzada de sucesso, em 1099, trouxe novos tecidos e técnicas de construção do oriente para toda a Europa. Houve também, uma mistura da civilização teutônica com a civilização dos Impérios Romano e Bizantino, desenvolvendo-se um gosto acentuado por tecidos de cores vivas. O tratamento de peles foi aprimorado assim como as técnicas de tecelagem progrediram.

Os povos da Europa Ocidental adotavam o estilo das túnicas de Roma. A característica comum entre todos os povos que viviam nessa época era o fato dessas roupas serem confeccionadas em casa, evoluindo das túnicas merovíngias



Os tecidos eram feitos à mão pelas mulheres camponesas, que os trocavam ou vendiam. Eram tingidos de forma natural, rústicos e não muito confortáveis. O linho era usado para roupas de baixo porque era facilmente lavável e mais confortável do que a lã. Os mais abastados usavam lá de arminho e esquilo; coelho e carneiro para os mais pobres.

Vermelho era a cor favorita dos nobres nesse período. O tecido roxo era reservado para os extremamente ricos, como o Rei e o Papa, pois a fórmula para a tintura era um segredo Bizantino muito bem guardado, apenas uma família sabia como produzir a cor e somente uma pequena quantidade foi exportada a cada ano.

As roupas da Europa Ocidental parecem ter consistido da uma túnica em linho de mangas compridas, capas meio círculo e calças. Não há evidências de que as mulheres usavam roupas íntimas durante a Idade Média, mas os homens podiam usar um tecido dobrado que formava uma espécie de tanga. As roupas dos camponeses era básica, prática e não decorada.

Os homens ocidentais são mais freqüentemente descritos com túnica de comprimento variável com cinto e mangas até o punho. Também podiam usar capuz, xales ou mantos para proteger as costas. Usavam também meias (chausses) de vários comprimentos que eram duas peças presas por um cinto embaixo da túnica ou calções (braies) que eram calças que iam até os tornozelos presas no quadril por um cordão. Nos pés, usavam um tipo de calçado de couro que chegava até a barriga da perna ou um modelo usado também por mulheres que exibia um requintado trabalho em couro com tiras que se cruzavam na perna.

A túnica das mulheres ia do pescoço aos tornozelos, por baixo usavam uma camisa de linho de decote baixo e mangas curtas. As túnicas eram fechadas com broches, fitas, cintos e fivelas de ouro e prata cravejados de pedras preciosas coloridas.
Havia também uma sobreveste mais pesadamente bordada, de forma semelhante à do estilo bizantino. E para os tempos frios, usavam-se tecidos grossos como a lã que era forte, durável e não estragava facilmente.















Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A História da Moda - Século XXI

A História da Moda - Século XV até XVIII

A História da Moda - Século XX