A História da Moda - Século XX





No início do século XX, ocorreram mudanças significativas na moda feminina, como a exclusão dos corsets, o orientalismo e as revoluções estéticas de Madeleine Vionet, Paul Poiret e Coco Chanel.

Com a Primeira Guerra Mundial, os homens no front de batalha e as mulheres entrando no mercado de trabalho, as roupas deveriam ser práticas, simples, de tecidos baratos e duradouros. Roupas extravagantes não ficavam bem em épocas de guerra. A Guerra abafou a moda e não aconteceu nenhuma mudança durante os anos que se seguiram (1914-1918).

Explosão de progressos: as mulheres conquistam o direito de votar, e as estilistas mulheres também passam a ganhar mais destaque. Apesar da cintura bem marcada, neste século o corpete já não era tão justo. As blusas ficaram mais soltas, as saias em formato de sino. Mas a moda mudou em ritmo acelerado. Saias pesadas ficaram leves e encurtaram até chegar ao formato “mini” e a maquiagem ficou mais forte.

No caso dos homens, as roupas também são simplificadas, com o uso do terno e, com o passar dos anos, o homem também ganha mais liberdade e adota peças mais descontraídas. O estilo hippie surge com força total nessa época, com calças boca de sino, desfiadas, sapatos plataforma, cabelos longos para os homens. O jeans é muito usado em todas as ocasiões, assim como a nova fibra – o raiom.

Em resumo, o cinema, a música e até a posição política passam a influenciar muito o modo de vestir e as pessoas ganham mais autonomia para adotar um estilo próprio.

Nos anos 20, a moda tornou-se pela primeira vez acessível a todos. Como eram roupas fáceis de fazer, muitas mulheres aprenderam a costurar, fazendo suas próprias roupas em casa, sem contar que o custo era baixo. Mas na década de 30 há o reflexo da crise mundial da queda da bolsa de valores de Nova York, em 1929. Muitas pessoas ficaram pobres, empresas faliram e o desemprego imperava. Historicamente, em épocas de crise, a moda torna-se menos ousada. A guerra viria transformar a forma de se vestir e o comportamento de uma época.

Era uma década em que a busca pela liberdade estava acentuada, era um momento próspero e de muita animação, representada pelo som das bandas de jazz (também foi chamada de Era do Jazz) e da alegria contagiante das melindrosas nas pistas de dança. As mulheres chamadas de melindrosas eram aquelas consideradas as modernas da época e o seu modo de ser estava diretamente ligado ao seu modo de vestir. Mas, a sociedade da época não se limitava ao jazz e as pistas de dança, passava por um momento de grande riqueza cultura, frequentava óperas e teatros, além das salas cinematográficas. Aliás, os filmes de Hollywood já nessa época eram uma referência para o modo de ser vestir das mulheres. Enquanto Douglas Fairbanks e Rodolfo Valentino faziam sucesso nas telas do cinema, as mulheres se inspiram nas famosas atrizes Mary Pickford e Gloria Swason. Uma outra celebridade fonte de inspiração era a cantora e dançarina Josephine Baker, que usava trajes ousadas nas suas apresentações.






A modelagem que caracteriza essa época é aquela tubular, os vestidos se tornaram mais curtos, porém, eram elegantes e principalmente leves, os tecidos como a seda eram os mais usados. Os braços e as costas ficam à mostra, um modo de facilitar o movimento de quem gostava de dançar o “Charleston” (dança vigorosa que exige movimentos para os lados partindo dos joelhos). As pernas pareciam nuas, mas na verdade não eram, as meias bege na tonalidade da pele eram as mais usadas. O chapéu passou a ser usado somente durante o dia e nessa época o modelo mais popular era o cloche (enterrado até os olhos). Esse modelo de chapéu ficava bom somente para as mulheres que cortavam os cabelos curtíssimos, no chamado estilo “la garçonne”.





Os anos 30,começa com o reflexo da crise mundial da queda da bolsa de valores de Nova York em 1929. Muitas pessoas ficaram pobres, empresas faliram e o desemprego imperava. Historicamente, em épocas de crise, a moda se torna menos ousada. Na década de 1930, homens e mulheres tinham visual sóbrio, com aparência adulta porém sofisticada. Se nos anos 20, as mulheres eram andrógenas e sem curvas, em 1930, as curvas femininas foram redescobertas e expostas de maneira refinada.

Na moda feminina, os cabelos antes curtíssimos nos anos 20, começaram a crescer e eram penteados com ondas, as saias ficaram longas até o tornozelo e os vestidos eram justos e retos. A inovação da época foi o corte enviesado em godê ou evasê.

Os decotes profundos nas costas dos vestidos de noite faziam das costas a nova zona erógena. De fato, muitos vestidos eram feitos para serem vistos de trás. Até os vestidos de dia eram abertos nas costas e as saias, justas nos quadris, pela primeira vez na história revelavam a forma das nádegas.







Os ombros eram destacados, a cintura voltou ao lugar. Os suéteres entraram em voga como peça diária informal. Uma das coisas que surgiu nessa época foram os conjuntos: peças como vestidos, saias ou casacos que podiam ser combinados entre si e coordenados com luvas, chapéus, cachecol ou bolsa.

As formas eram inspiradas no período histórico admirado no momento: a antiguidade clássica. Moças altas eram admiradas e um dos efeitos para se conseguir mais altura era a cabeça parecer pequena, com os cabelos penteados bem junto à cabeça. Luvas eram um acessório indispensável, assim como boleros ou capinhas. O chapéu cloché, popular nos anos 20, deu lugar à boina, que era usada de lado. Diferentes estilos de calçados foram criados nos anos 30: sapatilhas, modelos com tiras no tornozelo, saltos em tamanho médio, pontas arredondadas, sapatos bicolores e os modelos pump (sapatos sem nenhum tipo de presilha que deixam o peito do pé a mostra).








Na moda masculina, a aparência de um "ar esnobe” começou nos anos 30, assim como o progresso das roupas em direção à informalidade. Os ombros dos paletós deveriam ser bem largos e quadrados. As calças eram largas ou retas. O terno com fechamento duplo se popularizou e é precursor do terno moderno. Os tecidos eram de cor escura ou com listras e xadrezes. No verão se usava blazer. O look masculino tinha uma aparência mista de gangster e homem de negócios.






A mudança mais significativa da moda masculina da década, ocorreu devido ao filme “Aconteceu Naquela Noite”, estrelado por Clark Gable. Em uma cena, ele tira a camisa e não há camiseta por baixo. Camisetas até então, eram roupas de baixo e a ousadia da ausência da peça no figurino do personagem fez a venda de camisetas cair drasticamente influenciando o hábito masculino de usar uma camiseta por baixo da camisa. O chapéu da época era o modelo fedora, usado propositalmente caído sobre os olhos ou apontado para baixo.


Nos anos 40, com a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) foi como catalisador das mudanças na moda, pois foram exigidos novos posicionamentos da mulher e as roupas ficaram mais simples e austeras. A alta costura da época se encarregou de manter o figurino das madrinhas de guerra (mulheres que se encarregavam de animar os combatentes com presentes e cartas) austero e elegante. Porém a falta de materiais disponíveis levou a um inevitável racionamento – as regras de racionamento, impostas pelo governo, que também limitava a quantidade de tecidos que se podia comprar e utilizar na fabricação. A escassez de tecidos fez com que as mulheres tivessem de reformar suas roupas e utilizar materiais alternativos na época, como a viscose e as fibras sintéticas.






Os cabelos se tornaram mais longos que na década anterior, devido à falta de cabelereiros – afinal a vida não corria seu curso normal – e as mulheres passaram a prender os cabelos com grampos, ou modelá-los em cachos, utilizando também lenços nos cabelos. A guerra mudou completamente a estrutura da indústria da moda. Durante a guerra, Inglaterra e Estados Unidos não podiam se inspirar em Paris no que tange à moda. Os estilistas parisienses haviam perdido sua liberdade de expressão e criação, além de muitos tecidos não serem mais encontrados no mercado ou se tornado muito mais caros como a seda e a renda por exemplo.

Durante a Ocupação as roupas das parisienses se tornam mais pesadas, sérias, e as solas dos sapatos também. Calçados com sola de madeira começam a ser produzidos. É o período que os tamancos usados por Carmem Miranda fazem grande sucesso.



"Durante a guerra, o chamado “ready-to-wear” (pronto para usar), que é a forma de produzir roupas de qualidade em grande escala, realmente se desenvolveu. Através dos catálogos de venda por correspondência com os últimos modelos, os pedidos podiam ser feitos de qualquer lugar e entregues em 24 horas pelos fabricantes.
Sem dúvida, o isolamento de Paris fez com que os americanos se sentissem mais livres para inventar sua própria moda. Nesse contexto, foram criados os conjuntos, cujas peças podiam ser combinadas entre si, permitindo que as mulheres pudessem misturar as peças e criar novos modelos.
A partir daí, um grupo de mulheres lançou os fundamentos do “sportswear’ americano. Com isso, o “ready-to-wear”, depois chamado de “prêt-à-porter” pelos franceses, que até então havia sido uma espécie de estepe para tempos difíceis, se transformou numa forma prática, moderna e elegante de se vestir." – Almanaque Folha
 


Os anos 50 foram também marcados pelos aspectos presentes na época anterior como o luxo, a sofisticação e o glamour, que caracterizam os anos dourados e a moda no seu esplendor. Ao final desta década, Paris torna-se novamente o centro de alta-costura, recupera o status que ainda hoje mantém, de Capital da Moda. No entanto, é também por volta desta época que a capital francesa começou a sofrer com a concorrência da Inglaterra e dos Estados Unidos, que possuíam agora as suas próprias indústrias e que pretendiam evidenciar-se neste ramo, criando um estilo próprio e muito inovador.

Na onda do New Look de Christian Dior, que foi sucesso na alta costura em 1947, a moda dos anos 50 foi sinônimo de glamour e feminilidade. A silhueta proposta pelo estilista francês mudou os padrões estéticos, com produções que traziam saias rodadas até os tornozelos e com cintura marcada, além de sapatos de salto e acessórios como luvas, chapéus e joias. Este estilo marcou toda a década de 50, especialmente para mulheres da alta sociedade que desejavam serem ainda mais cuidadas e mimadas neste período pós-guerra. E a moda teve grande participação na missão de agradá-las. As revistas femininas simplificavam a tarefa de escolher uma roupa para ocasião, dando sugestões seguidas a risca sobre o que vestir no almoço em família ou acompanhar o marido em um jantar de negócios.





O estilo princesa e os cocktail dresses mantinham o formato ampulheta do New Look e também defendiam uma imagem de feminilidade e fertilidade que se reforçava com o retorno das mulheres à casa, após trabalharem nas fábricas durante a guerra. Foi nessa época que o “sonho americano” prosperou.

A história antigamente era bem diferente, se gastava metros e metros de tecidos para confeccionar vestidos e saias que iam até o tornozelo. A moda dos anos 50 era uma época em que a sofisticação e o luxo estavam começando a surgir, as mulheres eram totalmente vaidosas e cuidar da aparência era fundamental entre elas.

Nesta década, a silhueta no lugar e bem marcada era predominante. Tanto os vestidos como as saias para se usar durante o dia possuíam o comprimento abaixo dos joelhos e normalmente tinha a cintura bem marcada e as saias volumosas e rodadas. Diferente dos vestidos de festa para se usar à noite, que eram longos e de muito bom gosto. Normalmente, os vestidos de festa daquela época eram tomara que caia e podiam ser complementados com casacos de pele luxuosos, colares de pérolas, jóias luxuosas e luvas.






No dia a dia, o uso de chapéus era muito comum, geralmente eles tinham formatos pequenos bem semelhantes aos casquetes, mas algumas vezes os chapéus com modelagens amplas predominavam. Os chapéus eram acessórios muito simples naquela época, mas eram considerados itens de extrema elegância. Os penteados eram muito comum entre as mulheres, principalmente o rabo-de-cavalo como Brigitte Bardot e os cabelos com franjas para deixar as mulheres com um ar de menina. As tintas de cabelos e loções alisadoras e fixadoras também começaram a fazer parte da vida das mulheres.

O que não poderia faltar jamais na moda dos anos 50 eram os sapatos de salto altos e luvas, sem esquecer, é claro, das jóias, a feminilidade dos lenços que eram amarrados ao pescoço, os penteados tradicionais daquela época, e claro a maquiagem.







Nos anos 60 e 70, nos Estados Unidos, verificou-se um movimento de rebeldia, de contestação e rejeição por parte dos jovens. Surgiam então os hippies, que eram contra toda a divisão de classes e utilizam a moda como um instrumento em sua luta e revolta, para conscientização da futilidade dos atos e convicções da sociedade. As mulheres com as suas roupas comportadas, vestidos e saias rodadas começavam a dar lugares as calças cigarette. A década de 1960 foi considerada uma época de liberdade, principalmente para as mulheres. Com comigo conhecer um pouco mais sobre a moda anos 60.



Sem dúvidas, o auge da época era as minissaias, quem a criou foi Mary Quant que dizia: “Não fui eu que inventei e sim a rua que inventou”. Em 1965, André Courrèges criou uma coleção de roupa que foi uma verdadeira revolução para a moda, em sua coleção estavam presentes roupas de linhas retas, minissaias, botas brancas, além das roupas espaciais, metálicas e fluorescentes com a visão já para o futuro. Enquanto isso, Saint Laurent criava os famosos vestidos tubinho que até hoje fazem sucesso com o público feminino.






Assim, como as mudanças no vestuário, o segmento de lingerie também foi transformado com a generalização do uso da calcinha e da meia-calça, que proporcionava as mulheres muito mais conforto e segurança, principalmente ao usar uma minissaia ou dançar rock. O mini vestido com modelagem trapézio e o corte em “A” se tornou uma das marcas registradas do vestuário feminino na década de 60. Os botões eram usados muitas vezes como utilidade de decoração nas peças de roupas. Casaquetos e casacos também com o corte “A” entraram na lista de elementos que remetem a década de 60.

O que antes era muito comum os homens e as mulheres terem o seu figurino separado, a moda unissex chegou com força total, principalmente nos jeans e camisas sem gola. Pela primeira vez, a mulher começou a se vestir com roupas tradicionalmente masculina como o smoking, por exemplo. O smoking foi criado para as mulheres por Yves Saint Laurent exatamente em 1966. Nessa época, a alta-costura estava praticamente sendo deixado de lado no mundo da moda.




























Para complementar o visual hippie e romântico ao mesmo tempo, as faixas e panos amarrados na cabeça, sapatos plataformas e colares com o símbolo da paz eram o destaque da época. A palavra-chave dos anos 70 é natural, homens e mulheres deixavam os cabelos crescerem sem nenhum corte definido e as pessoas negras assumiam de vez os cabelos naturais estilo black powers. A cor que caracteriza a época é o caramelo, tanto no couro em bolsas de franjas como nos sapatos. Até mesmo alguns detalhes nas peças de roupas como macacões e calças jeans ganharam um toque do caramelo.








As peças que eram muito utilizadas na época eram os coletes de couro ou jeans, assim como franjas e flores. Por isso, falamos que o estilo romântico também predominou nos anos 70. A juventude era as que mais abusavam do romantismo com vestidos de babados e estampas florais.Mas o jeans acabou sendo o destaque da época, principalmente se fosse um jeans surrado.





A moda que identifica perfeitamente a década de 70 é o estilo hippie, as calças jeans de boca-de-sino cheias de tachinhas, macacão, bordados e muito brilho, peças de roupas em camurças e com franjas, colares de miçangas e bijuterias étnicas, estampas florais e psicodélicas, roupas artesanais e roupas com tinturas caseiras, bolsas de crochê, botas de camurça e sandálias de plataforma, saias longas estampadas no estilo cigano.

Um detalhe interessante é que, a partir dessa fase, as mulheres resgataram a feminilidade dos vestidos.

 



Em meados dos anos 70 o estilo hippie começou a entrar em declínio, dando lugar a uma moda mais rebuscada e brilhante: a moda disco. A moda disco é uma reunião de elementos extremamente extravagantes baseados em materiais sintéticos. A peça mais famosa entre as mulheres era o wrap dress, ou o vestido envelope, desenvolvido pela estilista Diane von Füstemberg em 73. Diga-se de passagem, este modelo de vestido é um dos mais democráticos já inventados, podendo ser usado por todos os tipos de corpos e para as mais variadas situações.

 





Outra sensação da moda disco era os tecidos com glitter, que iam desde pequenos toques como lenços de pescoço e meias... Até o look completo, como macacões ou vestidos longos de um ombro só. Muita da inspiração do look disco vinha ainda da virada da década, mas tudo com mais brilho e cor... Afinal, eram looks feitos principalmente para a vida noturna. Vestidos tubinho, calças bocas de sino (influência da moda hippie), minissaias e calças. shorts e saias de lycra. Toda essa moda altamente extravagante era para tentar "aparecer" dentro das botas, que com uma iluminação exagerada e ainda com os globos de cristal... Tornava a tarefa de se sentir "glamurosa" um verdadeiro desafio.

Seguindo a tendência das botas como sensação da década, as botas da moda disco, ao contrário das anteriores, tinham sempre as famosas plataformas (que inclusive também faziam parte dos calçados masculinos) e também saltos transparentes.
Vale a pena falar: esta febre por tecidos e materiais sintéticos é fruto também da crise econômica internacional que o mundo vivia em meados da década de 70, o que gerou uma certa escassez de materiais "naturais".






Nada foi tão "bizarro" em termos de moda dos anos 70 como o surgimento da subcultura punk. Era uma total aversão a moda e valores do momento, uma cultura anti-materialista que desafiava o colorido e o brilho da era disco e o pacifismo em tons pastéis dos hippies.
O punk, como uma cultura, surge como uma ramificação política marginal, meio confusa, com pessoas que tinham ideologias independentes e subversivas as costumes sociais... Mas com sua origem bem jovial: musica, moda e comportamento.
Surgido primeiramente nos Estados Unidos com a banda Ramones, os "primeiros" punks se caracterizavam pela simplicidade em contraste com a moda disco: jaqueta de couro, blusa de banda ou branca, calça jeans surrada e tênis. Uma espécie de releitura unissex do estilo "rebelde sem causa" dos anos 50.





Nos anos 80, o verdadeiro destaque estava nos contrastes, os opostos passaram a ser a grande característica da época, que perdura como sendo a marca do século XXI. Não havia mais uma única verdade de moda. As áreas de antropologia e de sociologia criaram o conceito de “tribos de moda”, marcando-se uma grande característica dessa época devido aos diferentes grupos que tinham as suas próprias identidades, criando e mantendo-se fiel ao próprio estilo. A moda ganhou status no mundo; a aparência passou a ser importante.


Nesses mesmos anos, viam mulheres que descobrem seus poderes: decidida, executiva, determinada e forte em todos os sentidos. Nessa década, a tecnologia do tecido apoiada pela pesquisa têxtil, contribuiu ainda mais para a evolução da moda. O figurino dessas mulheres era representados por peças de roupas com cintura e cós altos, ombreiras, pregas e drapeados para usar tanto no dia-a-dia ou durante à noite. Os tailleurs eram os figurinos mais usados por essas mulheres, pelo simples fato de oferecer uma aparência poderosa e alinhada para as mulheres que estavam em busca de trabalho. Outro peça que também se destacou nos anos 80 foi os vestidos que valorizavam a cintura feminina, saias balonê e mangas bufantes.






Um dos estilos que marcaram a década foi o fenômeno “yuppie”, o visual era exagerado e poderoso composto por jovens workaholics. Acessórios como suspensórios e gravatas coloridas não poderiam faltar no vestuário das pessoas adeptas ao estilo “yuppie”.

Neste período, os japoneses estabeleceram-se em Paris, criando uma moda propostas de intelectualidade e limpeza do visual, uma filosofia zen, o “minimalismo”, pois tinha como características poucos cortes, acabamentos e poucas cores passando a cor preta a dominar esta técnica e o slogan era “Less is More” (“Menos é mais”).



Em meados dos anos 80, outro estilo inesquecível e colorido influenciado pelas bandas como The B-52’s e Devo conquistaram as pessoas dessa época. As peças eram coloridas em cores cítricas, chamativas e fluorescentes usadas tanto em conjuntos ou com outras peças misturadas. Os tecidos também ficaram cada vez mais inovadores como o stretch, por exemplo, que são usados até nos dias de hoje. O strech proporcionava um toque mais futurista às peças de roupas.

Quanto aos cabelos, era a época dos cortes assimétricos. O cabelo com visual molhado obtido com o efeito do gel fez a cabeça dos homens e das mulheres, principalmente os penteados que eram marcados pelo uso do gel e altos topetes.




Astros do pop como Michael Jackson e Madonna são verdadeiros símbolos da moda com uma grande influência e poder no cenário fashion, principalmente entre os seus admiradores. As jaquetas coloridas e extravagantes do cantor, decoradas com uma infinidade de zíperes e peças de roupas que levavam um toque militar era os que mais causavam sucesso. Madonna era outra com seu estilo com muitas faixas de tule amarrada na cabeça, pérolas, ombreiras, minissaias sendo usado sobre legging, meia arrastão, maquiagem pesada com os olhos marcados e batons vibrantes também era influenciado na moda anos 80. Os cabelos tinham um visual rebelde, porém chique com penteados armados, cacheados e na altura dos ombros.

E a moda anos 80 vai muito além das roupas e estilos, os anos 80 alcançou até mesmo a moda aeróbia com suas inesquecíveis polainas, peças de lycra e collantes. Sem esquecer é claro das faixas na cabeça que virou febre no mundo inteiro, até mesmo quem não praticava atividades aeróbias acabou adaptando a bandana para aprimorar o visual. No Brasil, as bandanas viraram marcas registradas no visual de Cazuza e Xuxa.







Mas a moda das academias, fez com que as roupas destinadas a atividades físicas, como tênis, peças de moleton e lycra não fosse peças exclusivas para serem usadas apenas nas academias, mas também passaram a ser usadas em ocasiões cotidianas. O tênis deixou os looks das mulheres e dos homens mais despojados, podendo ser encontrados nas mais variadas formas e cores. O calçado se popularizou como o eterno e clássico tênis All-Star por ser um calçado simples e confortável. O tênis all-star foi e ainda é um dos calçados mais utilizados entre jovens, adultos e crianças e fazem o maior sucesso até hoje.

Assim, como as roupas a maquiagem da época eram também bastante coloridas e extravagante.s As mulheres usavam sombras coloridas e em tonalidades fortes, já os lábios ganhavam cores vivas, exóticas e chamativas. Os acessórios não poderiam faltar, pulseiras, brincos e colares eram todos de acrílicos e plásticos nas mais variadas cores, mas geralmente apresentavam cores cintilantes.




Os anos 90 surgiram fragmentados e as múltiplas ideias de moda pulverizadas. Havia uma mistura de tendências num estilo retrô, que trouxe de volta elementos característicos de outros momentos, mas ao mesmo tempo surgiam estilos bastante vanguardistas. Foi nesta fase que o processo parece ter começado a se inverter: as modas começavam a sair das ruas para as passarelas. Mas se, por um lado, a moda das ruas ditava as regras, por outro, reinavam as luxury brands (marcas de bens de luxo). Também o confronto entre os sexos diminuiu e o homem começou a se permitir ser vaidoso como a mulher.







O glamour da década ficou por conta das top models, que atingiram o status de estrelas de Hollywood. Naomi Campbell, Cindy Crawford, Christy Turlington e Linda Evangelista eram ícones de estilo e atitude.

No final dos anos 90, outro padrão invadiu as passarelas: o heroin chic, com modelos pálidas, com olheiras e cara de quem acabou de sair da cama. O visual reforçou a influência grunge na moda e elegeu a inglesa Kate Moss como um dos seus maiores ícones.






O estilo Grunge foi o grande influente na moda e no comportamento dos jovens, principalmente pelo seu estilo com calças despojadas, bermudas largas e camisas xadrez. Vale ressaltar que a camisa xadrez foi um verdadeiro sucesso no vestuário dos rapazes. As mulheres aderiram ao seu vestuário saias longas, calças pantalonas, as estampas e bichos como zebra, onça e cobra que é tão desejada dos dias de hoje, sapatos com bico quadrado e blazers com modelagens mais acinturadas. O estilo das mulheres foi caracterizado de “peruagem” com um toque de elegância básica. A maquiagem também foi revolucionada com batom marrom ou tonalidades cor de boca e o companheiro fiel das mulheres, o delineador.

A moda anos 90 se caracteriza especialmente pela sua liberdade de expressão, os preconceitos e as barreiras foram sendo deixado de lado e desaparecendo de uma forma geral. As pessoas começaram a escolher as suas próprias roupas e estilos na medida em que se identificavam com as tendências de moda. Se a pessoa estava alegre, as cores vivas e vibrantes passaram a influenciar na hora de se vestir, mas se ele estivesse triste, escolheria roupas mais singelas para compor a sua produção. A roupa era uma maneira das pessoas expressarem o seu estado de espírito e sentido de vida.



A moda minimalista foi à principal influência da década de 90, o estilo básico, as peças renovadas vistas num mesmo look, ou seja, o batom vermelho foi um símbolo da década de 50 e 60 ela passou a ser combinada com o par de sapatos vermelhos. E não é só nas produções femininas que o minimalismo teve influência, mas nos masculinos também, onde pequenos detalhes fazem toda a diferença, seja num acessório masculino, no penteado, na maneira de vestir-se ou numa peça do armário. Durante a década de 90 priorizou a variedade, onde as peças como as calças jeans de cós alto, camisetes e vestidos longos fizeram o maior sucesso naquela época. O estilo de Julia Roberts no filme “Uma linda mulher” exibido em 1990 conseguiu definir muito bem a proposta da moda feminina.

O estilo dos jovens nos anos 90 é representado fielmente pela série Beverly Hills, 90210, que aqui no Brasil chegou com o nome Barrados no Baile. As personagens do programa, inclusive, eram inspiração de muitas das meninas americanas, que literalmente copiavam os looks. Ainda na TV da época existem outras referências, como a Clarissa e a Blossom, personagens de estilo excêntrico que encorajaram muitas meninas a serem elas mesmas e vestirem o que gostavam.




Com a ascensão do individualismo, a hegemonia e a ditadura da moda é que saíram “de moda”. Mundialmente há um novo culto à individualidade, o que pode estar redefinindo os novos contornos da moda. Entra em voga a palavra customização (do inglês custom made), o que é feito sob medida.


100 anos na moda

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